07 setembro 2015

Passear com Enteados

Me sinto como essa mulher, quando estou andando com meus enteados (uma parideira).

Eu não sei você, mas eu detesto sair com meus enteados na maioria das vezes. Primeiro porque são 2 crianças e não uma, como a maioria, o que já é ruim, mas com dois dá pra ser pior.

Segundo, porque andar com 2 crianças do seu lado te faz parecer uma parideira, que teve filhos aos 10 anos. Porque meus enteados tem idade de serem meus irmãos mais novos e não filhos. E ainda bem, porque eu não quero que ninguém pense que eles são meus filhos. Faço questão que saibam que eu sou a namorada/mulher do pai deles ou pra bom entendedor, madrasta.

Sempre caminho na frente, nem gosto de ficar perto do marido, nesses momentos, prefiro que ele seja pai a marido, até mesmo porque fica difícil cumprir esses papeis ao mesmo tempo. Ele fica totalmente desinteressante, e ter 2 crianças chamando a atenção do seu marido o tempo todo, é broxante demais.

Então, sempre que possível eu evito sair com esse monte de gente. As vezes faço apenas para agradar o marido ou porque realmente estou mais afim de sair de casa nessa confusão do que ficar.

Gosto de sair com adultos e se for pra sair com crianças, que sejam crianças que eu saia porque gosto delas, e não porque não tenho alternativa.

Quem pensa assim como eu, uma hora ou outra vai sair dessa relação, porque não é que você seja um monstro imaturo, você simplesmente não gosta da combinação filhos+pai+marido+enteados. Eu gosto de ver casais, de qualquer idade, namorando, curtindo a vida, sendo livres e leves. Só que quando você namora um cara com filhos, você vive a vida de "papai-mamãe' sem nunca ter tido um filho. Ninguém merece.


02 setembro 2015

Manual da Boa Madrasta

Você, dona madrasta, já deve ter lido em algum lugar um manual te dizendo como deve agir. Os manuais são geralmente assim:

Imagem by Pixabay

  • Trate as crianças com muito carinho;
  • Leve-as para passear de vez em quando, enquanto o papai descansa;
  • Deixe-as a sós com o pai por um tempo;
  • Não interfira na educação da criança, mas você pode ir pegá-la na escola e até ir em reuniões escolares às vezes;
  • Esteja sempre rindo;
  • Não tenha ciúmes dos filhos com o pai;
  • Não fale mal da mãe da criança;
  • Se a criança te tratar mal... sorria mais uma vez;
  • Mude seus horários para se adaptar a rotina dos filhos do seu marido;
  • Compreenda tudo, seja boazinha...

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Exageros a parte, os manuais que tentam ditar como devemos agir não são muito diferentes disso aí. Já que as histórias infantis nos demonizaram, temos trabalho redobrado agora para provar que somos boazinhas. Afinal, um olhar, uma palavra em mais alto tom, uma advertência, ouse respirar... diga só para tirar os pés do sofá, e você será considerada a inimiga do lar.

Você, querida amiga madrasta, deve engolir suas palavras a seco, guardar seus sentimentos para si e apenas observar, pois, quem você é mesmo? Ah, a mulher do pai, a outra... enfim, só alguém a mais na vida do fabuloso pai, pois prioridade ele já tem, os filhos.

Digo para vocês, queridas irmãs bruxas, rs, que não, não existe ninguém que possa dizer como devemos agir, a não ser nós mesmas, pois somos nós que sentimos na pele as consequências de estar com alguém com filhos e só nós aprendemos com o tempo, como encarar cada situação, e assim, podemos ajudar quem está entrando nessa fria agora.

MANUAL DA BOA MADRASTA

1. Deixe as suas regras bem claras desde o início. Tanto para seu marido, como para seus enteados. Por exemplo: eu não aceito que o enteado durma conosco na cama porque teve pesadelos, se o marido quiser, que saia do quarto e vá dormir com o filho, mas trazer o filho para nossa cama, não. Isso é uma falta de respeito com a privacidade do casal.

2. Se o seu marido diz a famosa frase: "Meus filhos são minha prioridade" - caia fora. Onde já se viu, se relacionar com alguém que de cara já te coloca como outra opção. Não há motivos para essa frase idiota, inventada pelo mito do amor incondicional. Há diferença entre ser responsável por alguém, como um pai é para com o filho, entre colocar esse alguém acima de tudo e de todos. Um homem de 'verdade', sabe que amor de filho é uma coisa e amor de mulher é outra, se ele ama mais um do que outro, não vem ao caso, o que é ridículo é falar esse tipo de frase. É a mesma coisa se eu dissesse, olha, eu estou com você, mas meu trabalho é minha prioridade?? Oi?? 

3. Quando você perceber que seu marido está dando atenção demais para os filhos em detrimento do tempo que passa com você, faz um teste, saia sozinha, saia com amigas, se divirta só. O bonito vai agir bem diferente.

4. A não ser que você tenha uma boa relação com a mãe dos seus enteados, não deixe que ela entre na sua casa, e não aceite que seu marido a adicione em redes sociais, e-mail ou telefone (só se a criança for muito pequena e for o único jeito de se comunicar sobre o filho). Aqui não se trata de ciúmes, trata-se de respeito com a nova companheira, seu marido não iria querer que você tivesses contato com ex, então, se ele precisa falar com os filhos, que ele tenha e-mail e telefone dos filhos e ponto. E se precisa resolver algo em relação aos filhos com a mãe deles, que mande um e-mail ou faça uma ligação, mas sem nada na agenda. 

5. E a maior e melhor dica que posso dá nesses anos sendo madrasta é... NUNCA SEJA MADRASTA!! É uma situação desagradável e desnecessária. Sei que tá difícil encontrar caras bacanas, ainda por cima solteiros e ainda mais por cima sem filhos, é quase um tesouro. Mas, dependendo do caso, é melhor ficar só do que com tanto problema que você não fez nada pra acontecer.

E ai amiga, como você lida com isso e o que aprendeu nessa labuta infame?





Você não precisa amar o seu enteado(a)!

Foto by Pixabay


Não. Isso mesmo, ninguém é obrigado a amar ninguém, não é mesmo? Porque se há uma coisa que o amor não é - obrigação.

Mas tem gente que abre a boca e diz:"Mas se você ama seu marido, tem que amar tudo que vem dele"..."Você tem que amar os filhos do seu marido". Não miga, você não tem que nada. A nossa obrigação como seres humanos civilizados é o respeito, repito RESPEITO. Amor não.

Quando eu conheci o meu marido e os filhotes dele, aos poucos eu fui criando um carinho por eles e eles por mim. A mesma convivência que cultiva o carinho, também faz você ter conflitos e muitas vezes perder o carinho inicial. Eu cheguei a pensar em alguns momentos que amava meus enteados, pois os queria muito bem, e ainda quero. Mas, depois de um tempo sem vê-los, a única coisa que eu conseguia sentir era um alívio tão grande, que eu chegava a rir do nada. Como você pode dizer que ama alguém, se a presença dela te incomoda e a ausência te traz alívio? Admiti, por mais bruxa que me senti, eu não amo meus enteados, e isso depois foi libertador!!

Não amar alguém, não significa odiá-lo. No meu caso, eu gosto deles, desejo o bem e que cresçam e se tornem pessoas de bem e sejam felizes. Mas, eu não gosto de conviver com eles, e isso tem muito mais a ver com o fato de querer ficar só com meu marido, sem crianças, do que realmente com eles.

Tem também as madrastas que amam e até 'adotam' os enteados como filhos, ok. Tem as que não gostam nadinha, mas suportam. E tem as que gostam, mas não suportam. Confuso né, rs.

Enfim, respeito é a base para uma convivência mais tranquila. O amor é bom para uma convivência mais feliz. Mas, como madrastas, e madrastas que não amam seus enteados em especial, é bem difícil lidar com isso, temos que superar a nós mesmas ou simplesmente nos retirar, se a convivência for insuportável. Porque amor não é obrigação, mas ter amor próprio é o mínimo para ser feliz.




27 agosto 2015

O Dia em que Criei este Blog

Foto by Pixabay

Hoje é o dia em que estou colocando este blog no ar.

Resolvi fazer isso, pois sei que muitas outras mulheres, assim como eu, tem muita coisa pra falar, mas pouca gente disposta a ouvir sem julgar. Afinal, nós geralmente somos vistas como o lado ruim da força, rs.

Aqui eu gostaria de abrir um espaço para conversarmos e realmente falarmos nossos sentimentos diante da nossa atual situação.Você talvez já esteja vivenciando essa experiência a bastante tempo, ou talvez, esteja apenas começando, ou ainda, quase para entrar nessa dinâmica familiar (amiga, cai fora enquanto é tempo).

Você é bem vinda aqui!!

Digamos que somos um clubinho de bruxas, rs, e nos chamo assim, não porque bruxas são seres do mal, porque vejamos, nem nós e nem elas são, porém somos vistas como tal. Pela sociedade, pelas ex de nossos atuais, pelos enteados.

No começo, eu gostaria de ter um lugar assim para que eu pudesse desabafar e entender bem o que estava acontecendo. Confesso que foi um período bem difícil, agora não tão difícil, mas igualmente indesejável. Algumas madrastas, são "boadrastas", amam seus enteados, os tratam como "filhos" e tudo vai bem. Mas sabemos que nem nas famílias mais tradicionais, essa história é mil maravilhas. O dia a dia exige muito cuidado e jogo de cintura, imagina isso numa família mista, onde você é o ser que mais tem que se adaptar, compreender, mudar, aceitar...

Você pode discordar de mim e acrescentar seu ponto de vista. A maioria dos posts feitos por mim, dirão a minha visão e sentimentos a cerca da minha realidade. A sua pode ser totalmente diferente, e abrirei espaço para vocês. A base aqui é o respeito, mas principalmente, o acolhimento a mulheres que se sentem incompreendidas e cansadas diante da situação.

Não acredito que alguém tenha sonhado em ser madrasta, geralmente as pessoas que são sexuadas, querem encontrar um parceiro(a) para compartilhar a vida. Talvez terem seus próprios filhos (biológicos ou do coração). Diferente da família mista, em que conhecemos o cara, mas ele já vem com filhos, ex e tudo que envolve isso.

Você não está só amiga. Dê-me um abraço e comece a falar...